Durante muito tempo, circulou entre consultores de gestão a ideia de que novos líderes deveriam, rapidamente, contratar alguém, demitir alguém e mudar alguém de lugar para “mostrar quem manda”. Mas uma pesquisa recente publicada no Journal of Management aponta para uma prática bem mais simples — e com resultados mensuráveis: começar o cargo logo após o início do ano-calendário ou fiscal.
Segundo o estudo, analisado pela Harvard Business Review, CEOs que iniciaram seus mandatos dentro de 10 dias do início do ano apresentaram um retorno sobre ativos (ROA) 0,4% superior em relação aos que assumiram em outros períodos. Parece pouco, mas representa um ganho de até 31% em comparação com a média da amostra. Além disso, o efeito foi mais perceptível entre líderes jovens, mulheres, profissionais vindos de fora da empresa ou pertencentes a minorias étnicas.
Os pesquisadores apontam três razões principais:
O estudo sugere que o timing é ainda mais importante para líderes que fogem ao “perfil tradicional” de CEO. Como esses profissionais tendem a promover mudanças estratégicas mais profundas, o início do ano cria um contexto em que colaboradores estão mais abertos a novas ideias e menos resistentes a transformações.
Embora nem sempre seja possível escolher a data de início, a lição é clara: o calendário pode ser um aliado estratégico. Planejar transições de liderança para o começo do ano pode aumentar as chances de adesão às novas diretrizes e gerar resultados financeiros mais sólidos.
No fim, mais do que gestos simbólicos, são escolhas aparentemente simples — como o momento certo de assumir — que podem definir o tom de uma gestão e facilitar a aceitação de mudanças culturais e estratégicas dentro das organizações.